Intercâmbio aos 9 anos, pode produção? Pode!
México

Intercâmbio aos 9 anos, pode produção? Pode!





Acho que a maior insegurança que eu tive no meu processo de mudança foi a da adaptação da minha filha. Sentia que estava sendo injusta com ela, tirando ela do mundinho que ela vivia (tão bem...) e jogando ela, em outro país, outra cultura, outro idioma. Suava frio em pensar que ela não se adaptaria, que ela choraria pedindo pra voltar pro Brasil.

Foi difícil? Foi sim, mas o ANTES.

Porque tive a sorte de ser tudo completamente diferente do que eu imaginei: em duas semanas Helô já estava adaptada, já tinha amigos e já me ajudava com o pouco que sabia do idioma.

Em um mês ela já estava na escola e já tinha uma "melhor amiga".

Foi tudo muito fácil, muito simples, ....Natural! Acredito que quando lidamos com criança (minha filha tinha 8 quando chegamos....) tudo flui, tudo é mais tranquilo. Pode ser que eu e meu esposo, indiretamente, sempre tenhamos plantado na cabecinha dela, o gosto pelo desafio, pelo novo, em viajar!

Mas por que eu estou escrevendo isso?




É que estou explodindo de orgulho.

Aqui no México, (falo de SLP mas já ouvi amigas que moram em outras cidades, comentando dos mesmos programas), as escolas particulares costumam ter programas de intercâmbio entre alunos , para outros países, principalmente de língua inglesa. Você pode estar pensando "OK, normal!" . Mas eu tô falando de você enviar seu filho ao "Canadá" com 9 anos de idade. Tá bom pra vocês?




Heloísa desde que ouviu desse programa, onde os melhores qualificados são convidados pra passar um tempo estudando no exterior, pirou! Enfiou na cabeça que queria, porque queria... Nós, tentamos fazer a piada clássica: "Mas filha, pensa bem, você já está num intercâmbio há dois anos!" . O máximo que conseguimos dela, foi: "Menos mãe!".  Estudou, se esforçou , afinal, os melhores alunos que seriam convidados. E nós, incentivando, afinal, o lema da casa é que educação não se mede.





Chegaram os resultados e elazinha, brasileira, pouco mais de 1 ano e meio matriculada, era a primeira qualificação entre 5 salões. Explodimos! O ego foi lá em cima. Só depois paramos e caímos na real de que tinha um custo, em dólar. Reunimos tudo e todos, e levantamos a grana pra enviá-la! (Tipo, um "Heloísa Esperança". A gente sempre foi do tipo de pais que sempre mandou pra toda excursão do colégio, desde o maternal, ia com as tias (Afinal, se não confiássemos no colégio, em quem confiaríamos???) Era sempre assim, as mães nos olhando torto, como se fôssemos loucos irresponsáveis.

Como toda história nem tudo foi perfeito, vou citar só um episódio antes do embarque, pra vocês não acharem que é conto da Disney: Helô mesmo sendo a melhor em notas, quesito necessário, não foi recrutada de primeira. Foi um chororô, ela ficou arrasada! Não tínhamos entendido o por quê. Eu como sou brasileira, digamos que meia sangue quente, adoro um "pancho", voei na escola e quis uma resposta, que ninguém nunca me deu.... Tremiam quando me viam, eu, sangue nos olhos, afinal, média 9.9, não tinha nada a ser discutido. Lancei a pergunta:.....é por que somos brasileiros???? Todos mudos e brancos....enfim, no fundo acho que foi, afinal, preenchemos a vaga de um mexicano, e não esperavam que eu fosse atrás de uma resposta pra aquela injustiça.... Em tipo, 1 dia, tudo foi consertado, com direito a desculpas....

Voltando a parte mágica.....
ELA FOI!





Embarcou pra Montreal e amou! Aproveitou tudo e mais um pouco, evoluiu, fez amigos de todas as partes do mundo, (Paquistão, Índia...) , aprendeu a comer brócolis, saladas e fala inglês com naturalidade (com um bônus em francês....) Chorou que queria ficar mais um pouco e os professores responsáveis, os quais eu tiro o chapéu, foram só elogios.

Então nesse Dia da Criança, eu reforço pra vocês, mães principalmente.

"Temos que dar asas e raízes a nossos filhos. Asas para voar, raízes para voltar!"


Acreditem neles! Todos são capazes.







Então é isso, somos afortunadas já pelo fato de vivermos em outro país e abrir os horizontes pra eles, são experiências ímpares. Quando eu imaginei que hoje com 10 anos, minha filha há dois viveria em outro país, e com 9 anos, teria feito um intercâmbio e estudado no Canadá?  Nem nos meus sonhos mais loucos....

Obrigada meu Deus. ( e a escola, e aos professores, e a minha família e amigos que me aguentaram nesse período sem ela!)








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