Os mexicanos e todos que decidiram participar da festa nacional tiveram que tirar do guarda-roupa os casacos e as sombrinhas. O grito pela independência, comemorado na Plaza de La Constituición (Zócalo), foi dado debaixo de muita chuva e frio.
A principal praça da cidade, e do país, a terceira maior do mundo, foi tomada pelos tons verde, vermelho e branco, nos bonés, nas camisas, nas bandeiras, nas cornetas, na catedral e nos fogos.
Para comemorar os 197 anos da independência mexicana (1810 foi o ano da independência), o presidente Felipe Calderón saiu pontualmente às 23h na sacada do Palácio Nacional e agitou a bandeira mexicana, depois do discurso bem curto em agradecimento aos heróis nacionais: "¡Mexicanos, vivan los héroes que nos dieron Patria. Viva Hidalgo, viva Morelos, viva Josefa Ortiz de Domínguez! ¡Viva Allende. Viva Aldama y Matamoros! Viva la Independencia Nacional! ¡Viva México! ¡Viva México¡ ¡Viva México!". (vídeo) Um discurso que fez o caloroso povo mexicano demonstrar seu orgulho em sê-lo.
Eu não nasci mexicana, e muita gente me perguntava como se comemorava a independência no Brasil. Eu pensava, pensava, pensava... E percebi que meus conterrâneos saíam mais a comemorar pelo país na Copa do Mundo e no Carnaval, que no dia da independência. Uma festa pátria no Brasil não é exatamente uma festa. E me senti obrigada a confessar: os mexicanos são muito patriotas. Eu havia visto isso no decorrer das Olimpíadas, com as (poucas) conquistas de medalhas e os (muitos) desejos de vitórias.
Com o grito de independência pude ver como nós, brasileiros, somos ingratos com nosso país. Pude ver o quanto é bom poder estar longe de casa e ver como nenhum lugar é igual ao nosso lar e valorizar isso. E também, ou, melhor que isso, ver o quanto um país pode nos receber com tudo que tem e como pode nos faz sentir em casa.
Eu não nasci mexicana... Mas me sinto como tal! Viva México, cabrones!
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